Até sempre prof. Ruben


Neste que é o último dia do ano já chorei.
Chorei porque soube que partiu um HOMEM que admiro muito. Por quem tinha imenso respeito e admiração. 
Trabalhei com ele durante 5 anos no saudoso Correio da Horta mas já oconhecia desde a meninice.
Foi ele que, semana após semana, na Biblioteca Itinerante, me trazia os livros para eu ler.
Foi ele que, semana após semana, me aconselhava sobre os títulos que melhor se adequavam à minha idade e às matérias que ia aprendendo na escola.
Mais tarde, foi ele que me ensinou o pouco que sei sobre jornalismo.
Foram cinco anos de trabalho diário e de ensinamento!
Um HOMEM com H grande, a quem a vida pregou muitas partidas mas que nunca desistiu.
Foi e é, o pilar de uma família maravilhosa, mas para mim vai ser sempre o Prof. Ruben Rodrigues.
É com pesar e tristeza que recebi esta notícia.
É uma figura ilustre que se perde na nossa praça mas é também um AMIGO que perco. Nunca me esquecerei das lições que me deu nem do quanto me incentivava a prosseguir os estudos.
Recentemente lançou o seu último livro e estava cheio de projetos. A vida foi madrasta...
Este não é um escrito da jornalista Maria José, é um desabafo de alguém que aprendeu imenso com ele. De alguém que o admirava imenso e que certamente vai sentir saudades.
Um abraço forte a toda a sua família!

Muito mais havia a escrever mas hoje faltam-se-me as palavras. Um dia serei capaz de escrever o adeus merecido a este grande homem que um dia escreveu "“Desgrenhado e semi-nu um grupo de crianças, coberto de pó e caliça, chorava, convulsivamente, ao derredor de uma mulher, ainda jovem, que, petrificada, olhar esgazeado, perdido na imensidão do nada, sentada sobre uma soleira de basalto, comprimia, no seu colo e contra o peito, uma criança de uns cinco anos, inerte, sem vida, rosto e corpo ensanguentados, fazendo lembrar, na angústia do quadro envolvente, a Pietá de Miguel Ângelo”.


Ruben Rodrigues nasceu a 16 de Novembro de 1934 na cidade da Horta. Frequentou a Escola do magistério Primário do mesmo burgo, tendo exercido no Faial, Pico e Terceira. Em 1996, a residir na Madalena do Pico, passou a integrar os quadros da Fundação Calouste Gulbenkian.
Na década de 7 foi eleito, por uma maioria do Conselho Municipal, vereador do Município da Madalena. Após a Revolução dos Cravos integrou a Comissão Administrativa da Câmara Municipal da Horta e mais tarde, inteirou um Conselho Municipal. Em 1993, encabeçando, como independente, a lista do Partido Socialista, foi eleito Presidente da Assembleia Municipal.
Foi co-fundador e primeiro presidente da direcção do CRP Madalena do Pico. Na Horta assumiu o cargo de presidente da direcção do Angústias Atlético Clube durante quatro anos.
No jornalismo colaborou no “O Dever”; “Correio da Horta”, “Açores”, “Bom Combate”, “O Telegrafo”, “Rádio Clube d’Angra”, “RDP-Açores”, “RTP –Açores”. Exerceu o cargo de director do matutino “O Telegrafo” e do vespertino “Correio da Horta”.
Foi distinguido pelo Município da Horta com o diploma pelo seu papel na promoção de um jornalismo de defesa intransigente dos direitos do Faial. No Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, foi-lhe conferido, pelo presidente da República, Jorge Sampaio, o Grau de Oficial da Ordem de Mérito.

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